segunda-feira, 29 de junho de 2009

domingo, 28 de junho de 2009

ideia fixa


(e suas múltipas possibilidades...)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

num piscar de olhos

quarta-feira, 13:14:17
talvez no fim de semana aquele filme que disseram que é bom não melhor ficar em casa descansando tem também a conta do telefone o cartão de crédito o apartamento a roupa nova o tenis de palhaço lindo lindo lindo e cancelar a academia e procurar uma outra outra aula qualquer pra começar e terminar assim-assim e a transferência pra fazer da compra no bazar e o livro que está pela metade e nada de novo por lá no espaço que não é meu nem nunca foi nem foto nem texto nem recado que possa ver e acalmar um pouco esta curiosidade ou saudade eu já nem sei que nome tem e se eu tivesse morando ainda na Europa as coisas seriam melhores - será que sim? - não sei nunca se sabe vou deixar um recadinho pros amigos de longe e saber se eles lembram de mim porque se não lembram vão lembrar agora e sempre terei uma casa pras férias e um olá vindo de longe que ainda me deixa saudosa e alegre daquela alegriazinha triste de quem partiu e nossa! a amiga argentina que nunca mais me escreveu e o namoradinho catalão que era ótimo mas eu não estava pronta estou agora mas é tarde passou acabou eu acabei e fui atropelando tudo destruindo tudo que era bom e eu era má nas coisas boas e tem ainda o Canadá e tem ainda Barcelona e tem ainda Santa Teresa que parece outro país de tão distante cada dia mais e eu aqui me esquecendo de que forma tem as coisas e o som e a gravidade de certos olhares que eu vi primeiro e por último e não fez a menor diferença no final sem final feito filme francês que a gente não entende mas gosta sem saber porque exatamente gostou ou como foi a historia e não explica e não lembra só sente eu só sinto e sinto muito ainda por tudo mas deixa um dia passa e acho que vou fazer o concurso e comprar uma casa e aprender a dirigir mas se eu tiver uma casa um carro um trabalho que me pague bem não poderei mais pegar um avião e descobrir o que tem do lado de lá então que dúvida absurda de fazer agora e não ter depois e não fazer agora e não ter depois e fazer e ter é só coragem então e...
quarta-feira, 13:14:18

terça-feira, 23 de junho de 2009

Desalinho

Sentia o trépido do atritar de rodas da aeronave na plataforma de pouso do aeroporto. Era dia, mas ainda não tinha noção do horário local. Era Barajas. Trazia no peito a expectativa de um futuro bom, ainda que incerto e o Tum-tum-tum-tum da emoção do desvendar de uma nova realidade. Era verão. Era dia e ela tinha fome. Era dia e ela tinha ânsia. Ainda era dia e ela tinha pressa. Tomou o primeiro ônibus em direção ao Sul. Carregava todas as malas sem muito jeito, mas com toda determinação e cuidado. Era tudo o que tinha e era dia. E ainda tinha toda a noite do primeiro dia. Toda a surpresa de cada fim de estrada até seu destino, daquele princípio de entardecer. Acomodou-se nas primeiras poltronas, organizou seus pertences. Todavia estavam todos lá, pensou. Sorriu. Respirou fundo e começou a procurar em volta, um rosto familiar, um olhar caridoso, um esboçar de sorriso, um reconhecimento. Achou! Não exitou em aproximar-se. Ele estava ali tão acessível e quieto, tão como era e ela ainda não sabia. Não pestanejou em questioná-lo, em convidá-lo, em ouvi-lo. E desse primeiro diálogo nasceu sua loucura, seu desalinho, sua amargura. Amou-o tanto a ponto de se perder, de se desesperar, de enlouquecer. Amou-o até onde não mais cabia. E de tanto amá-lo passou a duvidar desse sentimento. Não podia ser algo natural. Decerto fora magia, mandinga, encosto, carma ou algo similar. Na dúvida, engolindo o sofrimento, decidiu esquecê-lo para redesenhá-lo, reinventá-lo. Talvez com um outro formato, linhas, texturas e cores novas, ele voltasse a ser o mesmo daquele dia do ônibus. Tentou, em vão, até suas forças fenecerem. Perdida entre traços e aquarelas, adormeceu profundamente. No sonho, estava feliz, adentrando um ônibus sem direção definida, carregando malas e ilusões e, nas mãos, apenas um bom e velho romance de um amor louco.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Café da manhã

Pousou delicadamente a mão sobre o seio dela. Ambos sabiam que era um gesto de amor, ainda que nada nunca houvesse sido dito. Era um carinho com gosto de despedida. A sensação de sentir o pulsar do seu peito, talvez, pela última vez, atordoava-o. Assim ficaram por alguns instantes. Instantes de ternura. Abraçaram-se longamente, deitados, calados, nus. A vida podia passar toda assim, terna, eternamente.

O dia da despedida passou como se não fosse, como se houvesse um seguinte e os seguintes. Houve, mas muito tempo depois. E nesses dias, a pergunta de sempre era: - “O que faço contigo?”. E a sempre pergunta-resposta: - “O que fazemos de nós?”. Nunca se sabe ao certo o que fazer com alguém e quando é que essa decisão tem de ser a dois, mais que um, um em dois, dois pra um. A reticência de assumir: - "Sim, quero!" O medo de recusar: - "Não, não quero..." A sempre constância da espera, mais adiante tratamos disso, o medo do precipício, a incerteza da dúvida.

O fato é que ainda não sabemos. E se não tentarmos jamais nos responderemos.

- "Sim, tentemos!" Uma vez mais, aceito teu convite.

Aceita o meu?!

Te espero, cedinho, para o café da manhã. Para você, reservo as melhores frutas da estação, o pão bem quentinho com a manteiga derretendo, a xícara de café, os sucos da minha Terra. A geléia como sempre fica por tua conta. Se quiser, te preparo um chá, puro ou com mel.

Tudo bem doce, bem bom, da maneira como já foi e como deverá ser se....

Respondo: - "Sim, quero!"

E seja o que Deus quiser.

Estou aqui. Vem?!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Se eu pudesse beijar você agora
beijaria de novo e de novo
até não poder dizer mais
onde eu começo, onde você termina

eu só sei dizer que te amo
e esse caminho que traçamos juntos
já foi muito
já foi muito pra quem não esperava nada
nada disso que hoje eu tenho
esse Sol, esse sorriso lindo, lindo, lindo

Se eu pudesse beijar você agora
beijaria de novo e de novo
até não poder mais ir
aonde eu começo, aonde você termina

eu só sei dizer que te amo
e esse caminho que traçamos quase juntos
já foi muito, já foi
já foi muito pra quem não esperava nada
esse Sol, esse sorriso lindo, esse jeito
de ir e me deixar quase louco
quase louco, quase louco

por que você não me procurou?
por que você não veio?
por que você não quis?
o que será da gente
da gente que se quer tão bem,
que se quer tão bem
que se quer também?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

muito e muito tempo depois...

Finalmente era primavera, la ciudad estaba toda florida y el olor de las naranjas típicas de esta época ya se podía sentir por toda parte. Hacía calor y porque quedaban a miles de distancia del mar, los de la ciudad acostumbraron a irse a los parques públicos entretenerse y refrescarse en las pequeñas cascadas de agua natural que por allí habían. El Ayuntamiento aprovechaba la ocasión en que todo el pueblo estaba otra vez de paseo por las calles y siempre promovía festivales de todos los tipos: cine, música, circo, teatro... Carmen se despertó animada pues era el día de la presentación del Ballet Bizet, el grupo fundado por su abuela y uno de los más grandes orgullos de la pequeña ciudad de Castellar.
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Javier estaba jugando con los niños en el jardín, cuando se aproximó de ellos un joven de ojos tremendamente azules como océano, diciéndoles:
- Perdóname señor, buenos días. Vive en esta casa la Srta. Carmen Bizet?
Pues si, ella es mi mujer. De que se trata? - Dice Javier al muchacho.
Un poco sorpreso y ya no tan valiente, el chaval sacó de su bolsa de cuero una pequeña cantidad de sobres ya amarillentos de tan viejos y se lo puso en la manos de Javi:
- De eso se trata. Por favor, entregarla. Llevo tanto tiempo buscandole que solo ahora veo lo cuanto estoy retrasado...
Javier examinó los sobres. Le pareció todo un poco raro; Ellos no llevaban nombres y tampoco reconoció las estampillas. Entonces dice al joven que ya se distanciaba:
- Oye. Espera un minuto, por favor... Hoy es festivo en la ciudad, los del correo no trabajan. Quién es usted y como llegaste a nuestra casa?
El joven dice: Vengo de lejos… Y quién soy ya no importa más.
Javi recogió a los niños y entró en casa, yendo directo a la habitación a donde su mujer se preocupaba en elegir un vestido adecuado para el estreno de aquella noche.
- Carmen, ha pasado algo muy raro. Un joven de acento que no conozco me preguntó si esta era la casa de la Sta. Carmen Bizet y me entregó esto, dice que era todo tuyo y que te estaba buscando hace mucho.
Carmen cogió los sobres y dice inmediatamente:
- No tengo ni idea de lo que es…
- Seguro? Y la estampilla esta – Mar do Su(…) Su-l, creo que así se dice. Donde es eso?
- Mar de donde? Yo no sé, Javi. (…) Y por que me estás mirando así, cariño? Y este hombre que le entregó estes sobres, quien es? A donde está?
- Yo que te pregunto quién es este chaval! Un amante? A parte, es mucho más joven que tu, no me imaginaba que pondrías tener amigos jovencillos en otra parte del mundo!
- Pero, Javier, lo que me estás diciendo es una gran tontería… Yo no me voy a molestar con esta historia que no entendí nada y de nada sé a respecto. Y se te vas a quedar enojado, pues tienes dos trabajos: enojarte y desenojarte solo porque yo no tengo nada que ver con eso…

Y Carmen salió enfurecida, tirando los sobres en la cama. Javier se sentó y cogió uno de ellos y rompiendo el cierre, empezó a leer. Le bastaron dos o tres líneas para percibir que se trataba de un idioma parecido al suyo, pero no se podía entender mucha cosa. La lengua era latina, de esto estaba cierto ya que era estudioso de Filología, pero… De donde?
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Con la carta en manos y ya mucho más tranquilo, se aproximó de su mujer que estaba bañándose. Ella había llorado, estaba con los ojos un poco rojos y por eso no quiso mirarle mientras él le hablaba.
- Mira, cariño, perdón si fui un gran imbécil… Me puse celoso, yo sé. Es que fue todo tan rápido y una gran sorpresa. Yo estaba allí, con los niños y me surgió este tío así de pronto ni sé de donde, preguntándome por ti y con estas cartas! Parecía que vosotros se conocían toda la vida…
Un corto silencio se pasó y Javi empezó otra vez… No podemos olvidarlo todo? Su abuela ya debe estar llegando para la ceremonia con los otros de la familia, a mi no me gustaría que estuviéramos así… Venga, por favor, Carmen…
Entonces Carmen le interrumpió y dice:
- Javi, un minuto… Cuál es sitio de las estampillas? Mar do Sul?
- Si, es este…
- Por díos! Mi abuela no es de aqui; Ella se vino de una tierra lejana que está abajo del Ecuador… Nos cuenteaba muchas historias de un amigo Farolero que tenia pero que nunca se encontraron porque él estaba cerrado en el Farol y ella tenía mucho miedo del mar porque una vez casi se ahogó… Hasta que un día, en una gran tempestad de 11 de junio, el mar incontenible rompió con las paredes del puerto que mantenía la ciudad segura y inundó todo, destruyendo los edificios, plazas, casas. Todo que estaba en tierra se hizo mar, así me dice mi abuela. Las familias tuvieron que salir con urgencia de sus casas y se abrigaron en los barcos... Como Mar do Sul era una isla, casi todos tenían embarcaciones, pero algunos no tuvieron tiempo para huir y… Lo imaginas la tragedia, no?
- Claro! Está explicado… Además, tu nombre es una homenaje a la señora Bizet… Carmen Bizet. Mira, cariño, la carta esta, está firmada por “Bailarina” y fue escrita para el Farolero, seguro la misma persona de las historias que escuchaste. Y que loco, el 11 de junio es tu cumple!
- Venga, Javi, que fuerte, que fuerte! Pero… No es raro que un muchacho le estregaste esto? Si es la misma persona, deberías ser mayor, no lo crees?
- Si, a lo mejor tu abuela nos podrá explicar todo.
- No sé si a mi me gusta esta idea… Ella está muy viejacita, y si le viene emociones que ya no puedes contener y...
- No, Carmen, déjate de esto. Es algo importante, tienes que entregarla, no se puede esconder algo así.
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Cara Srta. Bailarina,

Escrevo para informar que o antigo empregado do farol mudou-se sem deixar novo endereço. Sou o encarregado de cuidar da desativação do farol, há muito prevista, já que todos as embarcações têm hoje modernos equipamentos que dispensam o uso de tecnologias à lenha. Encontrei sua correspondência ao chegar e devolvo-a no estado (lacrada). Sem mais, atenciosamente,

Sr. Lúcio

PS: Curiosamente, corre entre os pescadores o mito de que o antigo faroleiro seria um mago, pois alguns deles o teriam visto atirar-se da torre e, transformando-se em gaivota, sumir no horizonte. Como são criativos estes nativos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Faroleiro,

Como se não bastasse a falta de uma narrativa interessante, agora dei para inventar metáforas para além do desprezível... Note: para te fazer queixa do meu desconsolo, ia começar esta carta com a frase:
  1. "Ando tão medíocre que sou capaz de tropeçar numa formiga e cair".

(...) Pelo menos me sobra um pouco de auto-crítica e, pensando bem, até que é divertido escrever estes pequenos absurdos... Se eu me esforçar um pouquinho, digo coisas ainda piores numa tentativa de parecer eloquente e passional:


2. "Porque estava tudo ali e as coisas eram desde sempre até: um porta era uma porta avião mosca escada rolante montanha-russa eu você... Não é possível acabar assim. Estava ali, eu vi. E nós éramos desde sempre qualquer coisa assim junto assim quente assim certo assim pra nunca mais ser coisa alguma."

Um pouco melhor, que tal?

É tudo invenção, meu caro. Tudo invenção.


Esta carta, este quarto vazio, esta queixa de um amor que não houve, nem ouve: é surdo, cego e mudo... Ah, agora sim: um bom clichê.

É tudo invenção, porra! É tudo palavrão.

É feio. Agora pouco ouvi dizer: ela não liga pra você.

trimmmmm trimmmmmmm trimmmmmm: o te-le-fo-ne, tocou novamente. Fui atender e...

AlôAmigosDaRedezrfrzfrsFoiDadaALargadarzsgszsAntenaUmLightrzsgszsGoodTimesNoventazrshrsz ...
bzzzzzzzzzzzz...

É tudo invenção e eu não tenho que te falar assim... Perdoe, é só cansaço.
um beijo estrelado.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Bailarina,

Manda-me então teu silêncio, para que eu o acolha como o verso soprado que não pude ouvir, jamais ousei perguntar, mas vive em mim como um rio, que escoa e jamais esvazia.

Com afeto,

Faroleiro.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Entre um café e outro

- Uma folha em branco é um convite tentador, não é?
- Hã?
- Uma folha em branco... é um convite e tanto, não acha?
Ela consentiu com um gesto e sem nenhum entusiasmo, mal suspeitando que tratava-se dela.
Ele apertou entre os dedos a folha de papel e impregnou de sua lisura os sentidos. Virando-a delicadamente, como se não soubesse o que encontraria no verso daquela página, ousou surpreender-se com o mesmo vazio, a mesma brancura, quando ela pousou os grandes olhos marrons delicadamente sobre os dele. Olhava de um olhar lento, demorado, como se pudesse compreender mais pelo tanto que lhe chegava aos olhos do que aos ouvidos.
Enquanto ela recolhia lentamente os olhos em direção às ordinárias tarefas do dia, um grito de pássaro ecoou dentro dele e, lançando à mão a caneta, pôs-se a escrever um poema antigo. A tinta vermelha ofereceu-lhe o acaso, pois tentou duas ou três canetas azuis e pretas que vieram a falhar. Quando terminou de escrever quis julgar se eram verdadeiros os versos, mas percebeu que, de revéz, o poema o houvera escolhido. Então seu coração aquietou-se por um segundo. Mas entregou-se novamente aos versos vermelhos e verdadeiros, agora escravos do papel, e num impulso de libertá-los, fez da folha um barquinho, atirando-o ao mar branco que se abria vasto a sua frente.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

entre umas e outras: pausa pro café?

pois acabo de te ler, querida. Me ver através dos teus olhos apertados foi como caminhar por um longo corredor de árvores altas e troncos firmes e, como se não bastasse a beleza do caminho, ainda ter a sorte de encontrar a passagem secreta da floresta com que sonhávamos em nossos tempos de meninice - aquela que nos traria de volta à casa, seguras e salvas, após uma longa aventura; então nos deitaríamos à cama e ao provar das gotas do chocolate que fervilha na xícara sobre a cabeceira, conseguiríamos aquecer, um pouco que seja, nossos corações desbravadores... Tão desbravadores que agora parecem por demais cansados.

(...)

Ando ausente, eu sei. talvez esteja apenas cumprindo o meu destino de ser só - E não por amor de menos...! Não por nada; esta queixa da vida é quase um vício. vou parar aqui... eu deveria era te dedicar uma canção alegre, fazê-la rir como naquele carnaval que tivemos ou ao menos ter a decência de retribuir o convite pro café. Isto sim, está feito: quer?